quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Chineses identificam bactéria ligada à obesidade


A equipe espera que o estudo ajude a determinar novos tipos de dietas

Uma equipe de investigadores chineses confirmou que a Enterobacter cloacae B29 está ligada à obesidade, num estudo que envolveu seres humanos e ratos.

O trabalho foi publicado no The Isme Journal.


Durante a experiência, os cientistas conseguiram que um jovem obeso de 26 anos com 174,8 quilos perdesse 51,4 quilos em 23 semanas. O jovem adulto fazia quatro refeições por dia, de 1.344 calorias diárias. Mas, além da restrição calórica, a alimentação foi planeada de forma a evitar a multiplicação de bactérias no intestino.

Os testes indicaram 35 por cento das bactérias no intestino antes do estudo e nove semanas depois diminuíram para 1,8 por cento (com perda de peso de 30,1 quilos). Em 23 semanas, a bactéria passou a ser indetectável.     

Os investigadores decidiram fazer mais testes em ratinhos, divididos em dois grupos. Um dos conjuntos recebeu a enterobacter, os outros, não e passaram a alimentar os animais com uma dieta de alta caloria. Os que receberam a bactéria começaram a engordar e a ficar obesos e demonstraram resistência à insulina. Os que receberam o micro-organismo, não sofreram alterações no peso.

Os investigadores concluíram que a flora intestinal é determinante no desenvolvimento da obesidade e a bactéria Enterobacter cloacae B29, isolada pelos cientistas, é a culpada.        

A espera que o estudo ajude a determinar novos tipos de dietas
. Além disso, o resultado pode explicar por que há pessoas que comem bastante mas engordam muito menos que outras.

Fonte: Ciência Hoje

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Brasileiros querem desenvolver vacina contra hantavírus


A descrição da doença, feita por médicos que já acompanharam casos de hantavirose, é impressionante. Em questão de horas, o raio X do pulmão de um paciente pode passar de normal para o de alguém que está morrendo. O que começa muitas vezes como uma simples febre vira uma pneumonia gravíssima em curto tempo, com pouca chance de reversão.
Em 2012, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou no país 47 casos confirmados dessa doença emergente, cujo nome oficial é síndrome pulmonar e cardiovascular por hantavírus (SPCVH) – adquirida quando se inalam os aerossóis da urina, da saliva e das fezes de ratos silvestres infectados. Desde que foi descoberta nas Américas, em 1993, até hoje foram registrados cerca de 1,6 mil casos no Brasil. O número é baixíssimo, se comparado com outras moléstias, mas o que preocupa é a sua letalidade: quase metade dos infectados morreu.
Há poucos centros no país com estrutura para estudar um microrganismo tão virulento, entre eles o Centro de Pesquisa em Virologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP), que construiu um laboratório de nível 3 de biossegurança (o segundo mais seguro da escala).
Em 2006, com apoio da USP e da FAPESP, os pesquisadores depositaram um pedido de patente, publicada dois anos depois, de uma proteína antigênica de hantavírus – que provoca a formação de anticorpos específicos quando introduzida no organismo – produzida no centro. Atualmente, a proteína é usada para fazer o diagnóstico da doença. Mas a ideia é criar uma vacina a partir dela.
“Como ela induz a produção de anticorpos, poderia ser avaliado o seu potencial como vacina”, disse o pesquisador Luiz Tadeu Moraes Figueiredo, coordenador do Projeto Temático "Estudos sobre vírus emergentes incluindo arbovírus, robovírus, vírus respiratórios e de transmissão congênita, no Centro de Pesquisa em Virologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo", concluído em 2012.
“Temos de saber antes se essa proteína que produzimos protege animais contra a infecção. Se ela proteger, vamos em frente até chegar ao homem. É um processo demorado, mas nós pretendemos começar”, afirmou.
A proteína em questão é o segundo método de diagnóstico de hantavirose desenvolvido pelo centro. O primeiro usa uma técnica relativamente comum, a reação em cadeia de polimerase, em tempo real, na qual se detecta o genoma do vírus em uma amostra do sangue do paciente ou de um fragmento de tecido de uma vítima.
A fim de produzir a proteína do hantavírus, os pesquisadores selecionaram um gene do vírus Araraquara – principal responsável pelas hantaviroses da região de Cerrado brasileiro, atingindo uma área que vai do nordeste do Estado de São Paulo até o sul do Maranhão – e o transferiram para uma bactéria.
A bactéria passou a produzir a proteína, que depois foi purificada pelos cientistas para ser utilizada nos testes. Os anticorpos no sangue do paciente são detectados por um teste imunoenzimático denominado Elisa.
“Os dois métodos de diagnóstico são feitos a partir de exames de sangue do paciente. Em um, procuramos pelo genoma do vírus; no outro, buscamos por anticorpos contra o antígeno do vírus que produzimos em laboratório”, disse Figueiredo.

Outros Estados e países

Depois de patenteada, a proteína recombinante do hantavírus Araraquara foi enviada a outros centros de pesquisa dentro e fora do Brasil para auxiliar nos diagnósticos e nos estudos sobre esse tipo de vírus.
Já foram feitos trabalhos na Argentina e na Colômbia a partir dessa proteína, conta Figueiredo. “Pela primeira vez na Colômbia estão fazendo diagnóstico de hantavirose e é com a nossa proteína; eles suspeitavam que a doença existia, mas não faziam o diagnóstico. Agora vão começar a fazer.”
No Brasil também são estudados casos pioneiros em Estados como Amazonas, Mato Grosso e Ceará. Agora, os cientistas querem saber qual é o tipo de hantavírus que circula por esses Estados, uma vez que a doença pode se manifestar de maneiras diferentes e ser transmitida por roedores diversos. No Ceará, por exemplo, os casos não parecem ser tão graves como os registrados em São Paulo ou Minas Gerais, de acordo com o pesquisador.
Por enquanto, dos hantavírus conhecidos, o mais virulento, segundo Figueiredo, é mesmo o Araraquara, cujo animal reservatório é o roedor Necromys lasiurus , popularmente chamado de rato-do-rabo-peludo, encontrado nas regiões do Cerrado. “Vimos que esse roedor adora a semente do capim braquiária; onde tem muito capim braquiária ele se concentra e se reproduz em grande quantidade.”
“Mostramos também que parece que, no roedor, o que está causando o distúrbio ecológico que leva essa doença ao homem é a degradação do meio ambiente. Quando muda o meio ambiente, o homem seleciona certas espécies de roedores, diminuindo a variedade e predominando uma espécie”, disse Figueiredo.

Oropouche

Outro vírus na mira dos cientistas do Centro de Pesquisa em Virologia de Ribeirão Preto é o Oropouche, bastante importante para a saúde pública, principalmente na Amazônia.
“Há mais de meio milhão de casos de infecção pelo vírus Oropouche no Brasil; ele só perde para a dengue em termos de frequência de arbovírus [transmitidos por artrópodes, como os mosquitos]”, disse o virologista Eurico de Arruda Neto, pesquisador principal do Projeto Temático, ao lado de Benedito Antônio Lopes da Fonseca, Aparecida Yamamoto e Victor Hugo Aquino Quintana.
O vírus causa uma doença similar à dengue, chamada febre do Oropouche. Mas em cerca de 5% dos casos pode provocar também meningoencefalite.
Até pouco tempo atrás, ninguém sabia como ele matava as células que infectava. “Descobrimos, por meio dos estudos realizados com o temático, que o vírus Oropouche de fato mata a célula porque induz a apoptose (morte celular programada). Essa apoptose é mediada pela via mitocondrial e é dependente de uma proteína viral específica, chamada NSs”, disse Arruda.
Com base em dados epidemiológicos e sorológicos, os pesquisadores acreditam que o vírus está mudando de comportamento e aparecendo em outras regiões do Brasil, além do Norte. “Os médicos aqui do Sudeste não conhecem esse vírus, mal o estudam na escola de medicina, porque é um vírus amazônico. Mas acho que ele circula muito mais do que a gente pensa no Sudeste. Só que ele circula na mesma época da dengue, então o médico confunde o quadro clínico com dengue”, disse Arruda.
A fim de testar drogas e vacinas contra o Oropouche, os pesquisadores desenvolveram modelos experimentais de infecção em hamster e em camundongo. “Em ambos os animais, o vírus mostrou infectar o sistema nervoso central afetando neurônios e induzindo a apoptose deles. Além do sistema nervoso central, o vírus também se replica com bastante intensidade no fígado, matando células hepáticas”, explicou Arruda.
Ao longo de quatro anos, cerca de 60 pessoas trabalharam nos mais de 40 subprojetos do Temático, que inclui ainda pesquisas sobre vírus que se tornaram conhecidos mais recentemente, como o bocavírus humano, descoberto na Suécia em 2005. No total, foram publicados cerca de 20 artigos em revistas científicas internacionais e os resultados foram incluídos em pelo menos oito teses de doutorado e 15 dissertações de mestrado.
Um dos artigos de maior impacto no âmbito do Temático, A Global Perspective on Hantavirus Ecology, Epidemiology, and Disease (doi: 10.1128/CMR.00062-09), publicado na Clinical Microbiology Reviews, pode ser lido em: http://cmr.asm.org/content/23/2/412.full.

Por: Frances Jones - Agência Fapesp

Bactérias resistentes a antibióticos são piores que aquecimento global


O estado é grave

O aumento de infecções resistentes a medicamentos é comparável à ameaça do aquecimento global.
O alerta em tom apocalíptico foi lançado pelo órgão responsável pela saúde na Inglaterra.
Sally Davies, chefe do serviço médico civil da Inglaterra, disse que as bactérias foram se tornando resistentes aos medicamentos atuais e há poucos medicamentos capazes de substituir aqueles que veem se tornando ineficazes.
Há anos que os cientistas veem alertando e pedindo ajuda do público para lidar com o risco das chamadas superbactérias, um problema mundial de saúde sabidamente complexo.
Em depoimento a uma comissão de deputados britânicos, a médica reforçou que uma cirurgia de rotina pode se tornar letal devido à ameaça de infecção.

Inimigo mutante

Os antibióticos são uma das maiores histórias de sucesso na medicina. No entanto, as bactérias são um inimigo que se adapta rapidamente e encontra novas maneiras de burlar as drogas.
Um dos exemplos desta ameaça é o Staphylococcus aureus resistente à meticilina - ou SARM (também conhecido pela sigla em inglês MRSA -Methicillin-resistant Staphylococcus aureus) -, uma bactéria que rapidamente se tornou uma das palavras mais temidas nas enfermarias e hospitais.
Há também relatos crescentes de resistência em cepas de E. coli, tuberculose e gonorreia - neste último caso, por exemplo, existe agora um único antibiótico funcional.

Cenário apocalíptico

"É possível que a gente jamais veja o aquecimento global acontecer, então o cenário apocalíptico é quando eu precisar operar meu quadril daqui a 20 anos e morrer de uma infecção de rotina, porque os antibióticos não funcionam mais," alardeou a médica.
"É muito grave, e é muito grave porque nós não estamos usando nossos antibióticos de forma efetiva".
Recentemente, a Organização Mundial de Saúde alertou que o mundo está caminhando para uma "era pós-antibióticos" e que a humanidade está perdendo batalha contra as superbactérias, a menos que sejam tomadas medidas para evitar as superbactérias.
Aos poucos, porém, começam a surgir as primeiras esperanças na área, com pesquisas científicas apontando para algumas alternativas promissoras.

Fonte: BBC

Aumento acesso à acupuntura pelo SUS


Acupuntura no SUS

A quantidade de aplicações de acupuntura em pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) no estado de São Paulo cresceu 567% de 2007 a 2011, último ano com dados consolidados.
De acordo com números da Secretaria de Estado da Saúde houve, em 2011, 264,4 mil aplicações da técnica nos serviços públicos do estado, ante 39,6 mil em 2007.
"O custo das sessões não é tão elevado em relação, por exemplo, a alguns medicamentos de alto custo para dor crônica. A acupuntura acaba sendo uma técnica segura, eficaz e de custo relativamente baixo", disse a médica Rebeca Boltes Cecatto, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo,

Crescimento da acupuntura

"A acupuntura é muito eficaz e tem bastante respaldo na literatura médica para o tratamento da dor, assim como o vômito, distúrbios do sono e da ansiedade. O que é importante ficar claro é que a técnica auxilia no tratamento dos sintomas, mas ela não trata a doença", disse a médica.
Atualmente, 221 unidades de saúde no estado fazem consultas ou sessões de acupuntura, que pode ser indicada ainda para lombalgias, hérnias de disco, enxaquecas e artrites.
O número de aplicações de acupuntura é crescente ano a ano.
Em 2008 foram feitas 95,9 mil sessões de acupuntura; em 2009, 129,9 mil e, em 2010, 202,3 mil. Em 2012, a média mensal indica crescimento de 11% em relação a 2011, com a aplicação, até setembro, de 219,9 mil sessões.

Acupuntura para pacientes com câncer

O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo oferece o tratamento de acupuntura para os pacientes que são tratados e acompanhados pelo hospital.
As principais recomendações de acupuntura para os pacientes oncológicos são para o controle de náusea e vômitos, boca seca, insônia, ansiedade e dormência de pés e mãos.
"Uma das principais vantagens é que a acupuntura tem muito pouco efeito colateral, diferente de tomar uma medicação, que sempre tem algum efeito colateral. A técnica, quando bem indicada e bem aplicada, feita por um profissional com conhecimento, praticamente não tem risco, não tem efeito colateral," assegura a médica.

Fonte: Agência Brasil

Alergias alimentares poderão ser diagnosticadas sem riscos


Exame de alergia sem risco de alergia

Pesquisadores europeus estão na fase final de desenvolvimento de um novo tipo de sensor capaz de detectar alergias a alimentos sem que o paciente precise correr qualquer tipo de risco.
"Atualmente, os exames de alergia mais comuns são caros e especialmente traumáticos para as crianças, além de representar um risco de reações adversas," explica o Dr. Daniel Hill, da Universidade de Valência (Espanha), coordenador do consórcio multinacional que está desenvolvendo o novo exame.
Alergias alimentares não detectadas, e as consequentes dietas inadequadas, são fatores que reduzem significativamente a qualidade de vida das pessoas, além do constante risco de reações que, nos piores casos, podem levar à morte.

Exame de alergia em crianças

O grupo do Dr. Hill usou biossensores fotônicos - baseados em luz - para criar um instrumento capaz de detectar as alergias alimentares em apenas 15 minutos, usando uma única gota de sangue.
"A ideia é montar um instrumento de diagnóstico de alergias que seja rápido, eficaz e seguro e que possa ser usado por pediatras, de forma que eles possam detectar as alergias alimentares nos primeiros anos de vida," disse o pesquisador.
Os primeiros testes do novo aparelho deverão começar em Fevereiro, e um teste de longa duração em pacientes está programado para Junho, no Hospital da Universidade de Berlim (Alemanha).
"De acordo com nossos cálculos, partindo de exames de amostras moleculares de cobaias, o protótipo final será capaz de detectar até 10 alergias alimentares diferentes," disse o pesquisador.

Fonte: Diário da Saúde

sábado, 26 de janeiro de 2013

EUA aprovam adesivo corporal para tratar enxaqueca


Produto, que libera um medicamento frequentemente utilizado no combate às dores de cabeça, é uma solução para pessoas que sofrem de enxaquecas acompanhadas de náuseas. Mas o preço pode ser um empecilho: 90 dólares

Um adesivo corporal (patch) utilizado para o tratamento de enxaquecas acaba de ser aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA), órgão de saúde americano que regula alimentos e medicamentos. O Zecuity, produzido pela empresa NuPathe, funciona com uma bateria e libera no organismo do paciente a substância sumatriptano, um medicamento frequentemente receitado a pacientes que sofrem de fortes dores de cabeça. O adesivo recebeu aval da agência americana em 17 de janeiro e espera-se que ele passe a ser comercializado no país entre outubro e dezembro deste ano.
O sumatriptano foi o primeiro medicamento desenvolvido especificamente para tratar a enxaqueca e até hoje é indicado pelos médicos a pacientes que têm o problema. Ele é eficaz em reduzir sintomas da condição que, além das fortes dores de cabeça, incluem enjoos e sensibilidade à luz ou a sons. Embora a droga em si não seja uma novidade, disponibilizá-la em forma de adesivo elimina a absorção da substância pelo sistema digestivo e, portanto, é uma solução para as pessoas que sofrem de enxaqueca acompanhada de náuseas, um dos sinais mais comuns das crises.
"É normal que, com a enxaqueca, o indivíduo apresente sintomas gástricos. A velocidade do esvaziamento do estômago em direção ao intestino pode diminuir e, com isso, a absorção de medicamentos orais torna-se mais difícil. Além disso, o paciente com esses sintomas eventualmente vomita, o que dificulta ainda mais que esses medicamentos sejam absorvidos e façam efeito. O adesivo faz com que essa intolerância gástrica seja superada, e esse é o seu principal benefício", disse Tarso Adoni, neurologista do Hospital Sírio-Libanês.

Como funciona

 De acordo com informações sobre o Zecuity disponibilizadas pelo FDA, o adesivo deve ser colado sobre a perna ou o braço. O paciente, então, precisa apertar um botão para que o medicamento seja fornecido ao organismo — são 6,5 miligramas de sumatriptano liberados ao longo de aproximadamente cinco horas. Uma luz acende quando o adesivo começa a funcionar e se apaga quando a substância chega ao fim.
Apesar de o adesivo fornecer sumatriptano ao organismo do paciente ao longo de cinco horas, o efeito na dor de cabeça é muito mais rápido, segundo Adoni. "Os estudos com o produto mostram que na pele ele leva de 20 a 30 minutos para trazer benefício", disse o neurologista. O produto, portanto, é indicado para eliminar os sintomas da enxaqueca, e não para prevenir o problema ou reduzir a sua frequência.

Comprovação

 O FDA aprovou o adesivo a partir dos resultados de um estudo feito com 800 pacientes. Nele, 18% das pessoas que utilizaram o Zecuity não sentiram mais nenhuma dor de cabeça após duas horas e 50% afirmaram que as dores diminuíram — entre os pacientes que usaram um adesivo contendo placebo, essas taxas foram de 9% e 29%, respectivamente. Além disso, o adesivo contendo sumatriptano aliviou as náuseas em 84% dos indivíduos que usaram o produto. A melhora ocorreu em 63% dentre aqueles que receberam placebo.
Os efeitos colaterais mais comuns do Zecuity foram dores, formigamentos e desconforto no local da aplicação. As informações sobre o adesivo ressaltam que pacientes com histórico de doenças cardíacas não devem fazer uso do patch.
Segundo Tarso Adoni, um ponto negativo do adesivo é o seu alto custo. "Os médicos acreditam que ele entrará no mercado americano a um preço de 90 dólares cada". Ou seja, caso o produto chegue no Brasil — o que pode acontecer somente a partir de 2014, segundo o neurologista —, poderá custar quase 200 reais para que apenas uma crise de enxaqueca seja aliviada, já que os adesivos não são reaproveitados.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Brasil possui medicamentos orais à base de sumatriptano, mas ainda não há nenhum pedido de autorização de adesivos contendo a substância.

Por: Vivian Carrer Elias - Veja

Tipo de colesterol quase desconhecido pode ser o pior de todos


Pior tipo de colesterol

Você já ouviu falar muitas vezes de colesterol bom e colesterol ruim.
Mas já ouviu algo sobre "colesterol horrível"?
Segundo cientistas dinamarqueses, é esse "colesterol horrível" o responsável pelo aumento do risco de ataques cardíacos isquêmicos - o risco chega a ser três vezes maior para os portadores desse tipo de colesterol.
Embora os cientistas tenham dividido o colesterol entre bom e ruim, ninguém até hoje sabia explicar porque muitas pessoas com níveis normais de colesterol também desenvolvem as doenças cardiovasculares.

Colesterol remanescente

Enquanto o nome de "colesterol ruim" vai para as LDL (Low-Density Lipoproteins, lipoproteínas de densidade baixa), o "colesterol muito ruim" é derivado das VLDL (Very Low-Density Lipoproteins, lipoproteínas de densidade muito baixa).
Ele também é conhecido como colesterol remanescente, já que é formado por partículas remanescentes de colesterol, algo parecido com uma "sobra de colesterol" - isso faz com que esse tipo de colesterol responda também pela sigla RLP (remnant-like particle, partículas similares a sobras, em tradução livre).
"Um alto nível de colesterol horrível é resultado de níveis elevados de gordura normal no sangue (triglicérides). As causas mais importantes do colesterol muito ruim alto são o sobrepeso e a obesidade. Pessoas com colesterol muito ruim alto devem ser aconselhadas a perder peso, mas drogas como estatinas e fibratos também podem reduzir os níveis de colesterol horrível no sangue," diz o Dr. Borge Nordestgaard, da Universidade de Copenhague.

Metabolização do colesterol

Um novo estudo realizado pela equipe do Dr. Nordestgaard demonstrou que não é exatamente o colesterol ruim, mas o colesterol horrível, o grande responsável pelo risco cardiovascular.
"O colesterol LDL, ou mau colesterol, é obviamente ruim, mas nosso novo estudo revelou que é o colesterol horrível a causa direta da arteriosclerose, o endurecimento das artérias, que resulta em ataques cardíacos isquêmicos e morte prematura," diz o pesquisador.
O estudo analisou 73.000 pessoas, mostrando que quem tem altos níveis de colesterol RLP, ou colesterol remanescente, têm três vezes mais chance de ter esse um ataque cardíaco isquêmico, que é causado pela falta de oxigênio no músculo cardíaco devido ao estreitamento das artérias.
Normalmente o colesterol remanescente é metabolizado pelo fígado, mas parece haver indivíduos em que essa metabolização fica comprometida, o que foi o foco deste estudo.
Os pesquisadores identificaram 20.000 pessoas, dentre as 73.000 pesquisadas, que apresentavam níveis elevados de colesterol remanescente, eventualmente devido a predisposições genéticas.

Medicamentos e exames

"Eu espero que esse novo conhecimento leve a melhores tratamentos preventivos, e espero também que a indústria farmacêutica possa desenvolver novas drogas destinadas especificamente para baixar índices elevados do colesterol horrível," concluiu o pesquisador.
Outra esperança é que os pesquisadores possam desenvolver exames capazes de detectar o colesterol remanescente em testes normais de sangue, como os usados hoje para detectar os níveis de colesterol bom e ruim e triglicérides.
O estudo mostrou que há uma correlação direta entre o nível de triglicérides no sangue e os elevados níveis de colesterol remanescente.

Fonte: Diário da Saúde

Tecnologia pode tirar do leite proteína que causa alergia


Alergia ao leite bovino

A pesquisadora Mariana Bataglin Villas Boas, da Unicamp, conseguiu modificar uma proteína do leite bovino que é capaz de causar alergia principalmente em crianças.
Isso cria uma alternativa à formulação de ingredientes na alimentação que sejam menos nocivos às pessoas suscetíveis a esta reação imunológica.
Mariana debruçou-se sobre a proteína chamada beta-lactoglobulina, existente no leite de mamíferos, exceto no de humanos.
Essa proteína pode desencadear desde um simples processo alérgico, como coceira, até sintomas mais graves, atingindo o trato gastrointestinal e provocando diarreia, irritação e fezes sanguinolentas.

Proteína, mas sem alergia

A pesquisa envolveu a modificação estrutural da proteína usando dois processos - polimerização por transglutaminase e hidrólise por proteases - que diminuem a resposta do sistema imunológico.
Isso implicou em alterar a proteína em diferentes pontos de sua estrutura, avaliando se ainda ela permanecia com seu componente alérgico após cada modificação.
"Não queríamos que ela ficasse como uma fórmula hidrolisada e sim que conservasse algumas das suas características. Mas reconhecemos que, a partir do momento em que acontecem alterações, ela já não pode ser mais reconhecida como algo alergênico," diz a pesquisadora.
O leite bovino, segundo ela, "puxa" a lista dos alimentos potencialmente alergênicos.

Alergia e intolerância ao leite

A alergia ao leite bovino não é o mesmo que intolerância ao alimento, que envolve um processo voltado à incapacidade de digestão da lactose, e não uma reação alérgica.
Os produtos disponíveis no mercado com fórmulas destinadas às crianças com problemas de alergia à proteína do leite ainda apresentam uma "alergenicidade residual", decorrente do fato de a hidrólise isoladamente ter uma ação limitada - daí o uso da segunda técnica (polimerização), de forma a obter um resultado completo.
A proteína estudada por Mariana não é encontrada no leite materno. Este é um ponto crucial a ser esclarecido, sinaliza ela, já que o leite materno é mais indispensável ainda nos primeiros meses de vida, e o recém-nascido pode não aceitar uma proteína vinda do leite bovino, comumente usado como substituto.

Fonte: Jornal da Unicamp

Pesquisa da Fiocruz indica o uso do RNA Mensageiro em tratamentos contra tuberculose


Uma das dificuldades no tratamento da tuberculose (TB) é quando os pacientes, por motivos diversos, desenvolvem uma resistência. Hoje, utilizando-se métodos convencionais de diagnóstico, leva-se de um a dois meses para obter um resultado confiável da redução do bacilo, ou seja, para a confirmação de que o paciente está reagindo bem às drogas.

Interessada em reverter este quadro, a bióloga Rosana Montenegro avaliou em sua tese de doutorado em saúde pública, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde, em Pernambuco, o RNA mensageiro do Mycobacterium tuberculosis como marcador de cura em pacientes com tuberculose pulmonar, utilizando a técnica molecular transcrição reversa, seguida de PCR quantitativa em tempo real (RT-qPCR).
Como resultado, ficou constatado que a referida técnica além de mais rápida (o resultado pode ser dado em 48 horas), é capaz de superar algumas limitações dos exames atualmente utilizados. Embora seja um método caro – não indicado para ser utilizado como rotina – ao se identificar precocemente o paciente que desenvolveu uma TB resistente, pode-se alterar a medicação mais cedo, evitando que o mesmo receba uma carga pesada de medicamentos que não estão dando resultado, piorando seu quadro. Além disso, existe o agravante é que nesse período ele continua transmitindo a doença. O estudo foi orientado pela pesquisadora Haiana Schindler, e as análises foram realizadas no Núcleo de Plataformas Tecnológicas (NPT) da instituição.

Atualmente, os exames mais utilizados para monitorar a resposta ao tratamento anti-TB são a baciloscopia (a partir de esfregaço do escarro) – que, segundo estudos, apresenta baixa sensibilidade (podendo resultar em falso negativo) e a cultura de M. tuberculosis, que necessita de um a dois meses para chegar a um resultado, devido ao crescimento lento do bacilo. Apesar de ter tratamento e medidas eficazes de controle, a tuberculose é um dos grandes problemas de saúde pública no Brasil e no mundo, devido as suas altas taxas de morbimortalidade e índices de transmissão. O tratamento é longo, dura seis meses e a interrupção pode resultar no surgimento de cepas do transmissor, o Mycobacterium tuberculosis, resistentes às drogas.

Fonte: Fiocruz

Nanotecnologia substitui quimioterapia para tratar linfoma


Cavalo de troia

Pode ser possível tirar proveito do próprio colesterol para destruir o linfoma - sem usar quimioterapia.
Isto graças a uma nanopartícula, que funciona como uma espécie de agente secreto duplo no interior do corpo humano.
Cientistas descobriram que a nanopartícula aparece para as células cancerosas do linfoma como se fossem seu alimento preferido, o colesterol HDL - lipoproteínas de alta densidade, mais conhecido como colesterol bom.
Mas, quando a célula engole a nanopartícula, a nanopartícula na verdade toma conta da célula tumoral, impedindo que qualquer colesterol entre, levando-a à morte por falta de alimento.
A descoberta foi feita por Shad Thaxton e Leo Gordon, da Universidade Northwestern (EUA).

Nanopartícula de ouro

As nanopartículas - partículas com diâmetros na casa dos nanômetros (bilionésimos de metro) - nada mais são do que células sintéticas que imitam o colesterol bom.
A principal diferença é que elas possuem uma nanopartícula de ouro de apenas cinco nanômetros como núcleo - o ouro foi escolhido porque não é tóxico para o corpo humano.
Após enganar a célula tumoral, a estrutura esponjosa da nanopartícula de ouro suga seu colesterol, impedindo que a célula se alimente.

Sem quimioterapia

No estudo agora divulgado, os experimentos mostraram que esse HDL sintético matou as células do linfoma de células B, o tipo mais comum da doença, em células humanas em cultura, e inibiu o crescimento do tumor em camundongos.
Linfoma é um termo genérico para designar um grupo de diversas doenças neoplásicas do sistema linfático, geralmente envolvendo a proliferação descontrolada de linfócitos B ou T.
"Esta descoberta tem potencial para eventualmente se tornar um tratamento não-tóxico para o linfoma de linfócitos B, sem envolver quimioterapia," disse o Dr. Gordon.

Fonte: Diário da Saúde

Livros de autoajuda superam antidepressivos no tratamento da depressão


Autoajuda contra a depressão

Prescrever livros de autoajuda nos atendimentos de saúde pública é um tratamento eficaz contra a depressão.
Pacientes que receberam recomendações de livros de autoajuda, assim como orientações sobre como utilizá-los, tiveram níveis mais baixos de depressão um ano depois.
A conclusão é de um estudo realizado junto ao sistema de saúde da Grã-Bretanha, o NHS (National Health Service).
O estudo permitiu isolar os benefícios dos livros de autoajuda, sem misturá-los com os ganhos advindos de outros tratamentos, sobretudo os antidepressivos.

Orientações para se autoajudar

O estudo incluiu mais de 200 pacientes, metade dos quais tomava antidepressivos.
Aleatoriamente, alguns receberam recomendações de livros de autoajuda que abordam diferentes aspectos da depressão, incluindo a superação de problemas de sono e ser mais assertivo.
Aqueles que receberam os livros também participaram de três sessões com um terapeuta para ajudá-los a planejar as mudanças a fazer e como aproveitar melhor os livros.
Quatro meses depois, o grupo que recebeu os livros de autoajuda teve níveis significativamente menores de depressão do que aqueles que usaram apenas os psicóticos.
Um ano depois, após nova checagem, a tendência se manteve, com o ranking de melhoria liderado por aqueles que usaram os livros.

Impacto clínico significativo

"Nós verificamos um impacto clínico realmente significativo, e os resultados são muito encorajadores," disse o Dr. Christopher Williams, da Universidade de Glasgow, idealizador do estudo.
"A depressão drena a motivação das pessoas e faz com que elas dificilmente acreditem que a mudança é possível," completou.
Segundo o pesquisador, os livros de autoajuda já são utilizados em várias áreas no sistema de saúde público britânico, mas ainda faltavam estudos sobre como implementar seu uso no acesso primário à saúde.

Fonte: BBC

Lançado medicamento brasileiro “Mesilato de Imatinibe” contra o câncer


A iniciativa deve gerar economia de R$ 337 milhões.            

O Ministério da Saúde recebeu do Instituto Vital Brazil (IVB) o primeiro lote nacional do Mesilato de Imatinibe, resultado de uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) que envolve também Farmanguinhos e cinco laboratórios nacionais privados. O medicamento biotecnológico oncológico é indicado para o tratamento da Leucemia Mieloide Crônica, variação da Leucemia que afeta entre 15% e 20% dos casos da doença no Brasil.

A iniciativa vai beneficiar cerca de oito mil pessoas e deve gerar uma economia de R$ 337 milhões ao Sistema Único de Saúde (SUS), ao longo dos cinco anos de parceria. Atualmente, o ministério compra o produto de forma centralizada a um preço de R$ 20,6 (100 mg) e R$ 82,4 (400 mg). Com a produção nacional do Mesilato de Imatinibe, o preço cairá para R$ 17,5 (100 mg) e R$ 70 (400 mg).
Trata-se de um modelo de parceria inédita no País, já que envolve sete laboratórios nacionais, sendo dois públicos e cinco privados. O acordo, assinado em abril deste ano, prevê a transferência de tecnologia dos laboratórios privados nacionais Cristália, EMS, Laborvida, Globe Química e Alfa Rio para Farmanguinhos e Instituto Vital Brazil. Com isso, o Brasil terá o domínio da tecnologia integral do Mesilato de Imatinibe, desde a produção do princípio ativo ao medicamento propriamente dito.        

Fonte: Guia da Farmácia

Implantes de alto risco chegam ao mercado sem testes clínicos


Implantes para quadris e joelhos

Avanços tecnológicos nos equipamentos médicos têm permitido que pacientes que sofrem de doenças musculoesqueléticas, como dores nos quadris e joelhos, recuperem a mobilidade e vivam relativamente livres da dor.
Mas alguns dispositivos cirúrgicos de "alto risco" que foram aprovados pela FDA (Food and Drug Administration) dos EUA não são obrigados a passar por ensaios clínicos, onde um produto é testado para determinar sua segurança e eficácia.
A aprovação pela FDA é frequentemente seguida ou serve de suporte para que autoridades de vários outros países também aprovem os implantes e procedimentos.
"Isso pode ser potencialmente muito perigoso. Muitos pacientes e até mesmo médicos não estão cientes de quantos dispositivos neste país estão no mercado sem ter dados clínicos de segurança e eficácia," alerta a Dra. Rita F. Redberg, da renomada Universidade da Califórnia em São Francisco.

Implantes de metal sobre metal

Juntamente com colegas australianos, a equipe da universidade norte-americana publicou um estudo no exemplar deste mês do New England Journal of Medicine que revela a complexa história de como os implantes de metal sobre metal para os quadris chegam ao mercado.
Esses implantes são classificados pela FDA como dispositivos de alto risco. No entanto, tem sido permitido que eles entrem no mercado sem testes clínicos.
Esses implantes apresentam falhas em uma taxa perigosamente alta, exigindo cirurgias reparadoras pelo menos quatro vezes mais frequentemente do que no caso da cirurgia tradicional.
Esses implantes de metal sobre metal de alto risco evitam os ensaios clínicos por causa de brechas na legislação da FDA, que aceita uma alegação chamada "equivalência substancial", o que significa que os dispositivos que solicitam aprovação são semelhantes a dispositivos já aprovados.
"Tudo que você tem que fazer é mostrar que o dispositivo é substancialmente semelhante a uma série de outros dispositivos," explica a Dra. Redberg. "E alguns dos dispositivos que foram originalmente aprovados já foram recolhidos ou retirados do mercado, mas sua aprovação original continua servindo de base para aprovação daqueles dispositivos que alegam 'equivalência substancial'."
No artigo, os autores pedem mudanças na forma como a FDA aprova os implantes de metal sobre metal para os quadris e outros dispositivos de alto risco.

Risco de incapacitação

"Se esses implantes de quadril sofrerem um recall, além do problema de ter que removê-los, porque eles causam muita dor, eles podem liberar íons de cromo na corrente sanguínea, que representam um risco desconhecido", disse Redberg. "Os pacientes também sofrem uma incapacidade significativa ao se submeter a uma segunda, terceira ou quarta operação de quadril."
"A mobilidade de alguns pacientes vai diminuir a ponto de necessitarem de andadores ou cadeiras de rodas para se locomover, além de outros eventos graves, inclusive o risco de morte pelas operações sucessivas," alerta a pesquisadora. "E isso apenas para os implantes de metal sobre metal."
Para os pacientes que estão em processo de se submeter a um procedimento médico, a pesquisadora sugere manter-se informado e fazer muitas perguntas ao seu cirurgião sobre o implante a ser utilizado.

Fonte: Diário da Saúde

Estudo sugere 'férias de medicamentos' contra o câncer


A introdução de períodos sem medicação em alguns tratamentos contra o câncer poderia manter os pacientes vivos por mais tempo, segundo indica um novo estudo.

A pesquisa, publicada na revista especializada Nature, avaliou camundongos com melanoma (câncer de pele), que rapidamente se tornaram resistentes aos tratamentos.
O estudo indicou que os tumores também ficavam dependentes das drogas para sobreviver. A retirada do tratamento levou os tumores a diminuírem de tamanho.
Os especialistas dizem que a descoberta é animadora, mas dizem que são necessários ainda mais estudos para saber se o mesmo se aplica a seres humanos.
A equipe de cientistas da Universidade da Califórnia e do Hospital Universitário de Zurique, na Suíça, investigava como as células de melanoma se tornavam resistentes a uma droga, o vemurafenib.
A droga pode reduzir o desenvolvimento de um tumor no curto prazo, mas ela logo se torna ineficaz.

Dependência

Os tumores ganhavam resistência ao mudar a composição química dentro da célula. Porém os pesquisadores mostraram que o processo deixava a célula cancerígena dependente da droga.
Quando os camundongos pararam de receber o medicamento, os tumores começaram a encolher.
Pesquisadores dizem que ainda é preciso verificar resultados em testes clínicos com humanos
Os cientistas usaram esse conhecimento para testar uma nova forma de prescrever a droga. Em vez de tomar a medicação todos os dias, os camundongos recebiam a droga por quatro semanas, seguidas de duas semanas de "férias do medicamento", antes de começar o mesmo padrão novamente.
"Notavelmente, a dosagem intermitente com vemurafenib prolongou a vida dos camundongos com tumores de melanoma resistentes a drogas", observa Efim Guzik, professor de biologia do câncer na Universidade da Califórnia.
"Ao procurar entender os mecanismos de resistência à droga, também descobrimos uma maneira de melhorar a durabilidade da resposta à droga", observa.

Custo-benefício

Para Mark Middleton, diretor do Centro de Medicina Experimental de Câncer da ONG Cancer Research UK, "os resultados sugerem uma maneira na qual esse importante novo tratamento poderia ser capaz de aumentar os benefícios para os pacientes e suas famílias".
"Eles também oferecem a possibilidade de tratamentos com melhor custo-benefício e com menos efeitos colaterais, porque os pacientes poderiam passar algum tempo sem o vemurafenib", diz.
Richard Marais, do Instituto Paterson para Pesquisas sobre o Câncer, de Manchester, que participou da descoberta do mecanismo de ação do vemurafenib, diz que os resultados do novo estudo são "muito convincentes".
"Esse novo estudo é animador, porque sugere uma forma de combater a evolução da resistência à droga em pacientes de melanoma usando as drogas que já temos, em vez de termos que desenvolver novas drogas", disse.
"Será interessante ver se esses resultados de laboratório serão repetidos em testes clínicos", afirma.
Marais diz que é possível que o mesmo efeito seja verificado em outros tratamentos de câncer.

Fonte: BBC